Charlize - Prológo


ㅤㅤ Não podia jurar estar em algum lugar terrestre ou espiritual. A princípio, eu não sentia nada; meus sentimentos, minhas emoções, ambas pareceram irem para fora do meu corpo, do meu espírito. Nada mais me restava a não ser aguardar por algum milagre divino ou alguma ajuda celestial. Mas a fé nunca fez parte de meu “ser”
ㅤㅤ Meus olhos se encontravam fechados, cara a cara com a densa escuridão que a minha visão produzia diante de minhas pálpebras fechadas. De vez em quando, eu conseguia ver feixes arroxeados sendo produzido por algo através de meus olhos. Estas manchas pareciam se modelar ao forçar algo indistinto em minha mente, e assumia formas de pessoas corpulentas que pareciam vir em minha direção, mas não podiam me alcançar de jeito nenhum. Algo dentro de mim parecia bloquear o caminho maldoso que elas estariam a seguir.
ㅤㅤ Fiquei feliz, por não tê-las por perto.
ㅤㅤ Naquele exato momento, eu parecia pousar sobre algo. Os meus pés tocaram algo solido e o que parecia de estatura plana e cheguei a sentir algumas rachaduras. Em seguida, desejei reconhecer o local. E sem, sequer, abrir os meus olhos, veio á minha mente algo que eu reconhecia por ter presenciado várias vezes em algumas das aulas de história em minha moderna escola. Os feixes arroxeados criaram uma superfície plana abaixo de mim e adiante se materializou um dos maiores transportes do mundo, que continha polpa e proa. Os navios pareciam enormes e seus tamanhos eram incalculáveis a distancia em que eu os enxergava. Encostado a eles, se distinguiam estruturas de metal de um tamanho colossal que, infelizmente, também não consegui reconhecer; a minha memória não estaria a funcionar bem naquele momento de profunda tristeza.
ㅤㅤ Me encontrava em um porto de navios. Mas não sabia especificamente a minha localização. Naquele ponto, eu poderia estar em qualquer lugar do mundo...
Comecei a ouvir sons abafados, que foram se aguçando conforme o ponteiro do relógio se movimentava. Primeiro, escutei aquele adorável som que o mar produzia aos navios se movimentarem sobre ele; algo totalmente gostoso de se ouvir para tranqüilizar a sua mente. E bem que a minha precisava de um pouco de paz... O segundo som foi o que me causou uma sensação de pânico. Um arroxeado bem extenso se formou entre aqueles seres corpulentos que ainda tentavam vir em minha direção, mas sem sucesso algum. E, então, percebi que era uma explosão. Aquele estrondo invadiu meus ouvidos; meus tipanos se tremeram para se manifestarem do forte som que acabara de os atingir.
ㅤㅤ Não sei se havia calculado mal, mas, aquelas pessoas, aquela explosão, parecia ser tudo culpa minha. E o meu subconsciente me declarava culpada daqueles acontecimentos atuais.
Não podia! Eu já havia sofrido demais até aquele ponto. Não podia me sentir mais culpada de nada. Aquilo se tornou um sofrimento real, e mais um peso em minha consciência. Isso vai me levar a loucura!
ㅤㅤ Eu gritei. O som do meu grito pareceu se propagar por uma grande área em volta daquele porto. Tornou-se mais agudo para que a minha raiva se manifestasse da forma mais horrível que eu pudesse imaginar. Mas eu não importava se aquilo fosse machucar alguém próximo a mim. Eu queria me livrar daquela dor. O mais rápido possível.
ㅤㅤ Criei coragem, uma sensação que não havia sentido a um bom tempo atrás. A luz do sol irrompeu sobre os meus olhos e levou algum tempo para que a minha visão se acostumasse e tomasse conhecimento do lugar. Ainda era o mesmo porto de antes, mas agora as suas cores eram mais vivas. Pude notar que aqueles seres corpulentos eram soldados com uniformes camuflados de algum exercito secreto. O inacreditável é que eles continuavam vindo em minha direção, mas um tipo de campo de força os impedia de prosseguir.
ㅤㅤ Os meus gritos continuarem e eu puxava uma energia para o meu corpo e esta se dispersava ao mesmo tempo. Me sentia melhor por aquela sensação, mas sempre há um preço. As estruturas de metais de tamanho colossal começaram a despencar. O seu metal se torceu como papel molhado e se elevou ao chão em poucos instantes. O impacto foi tão forte que o chão estremeceu e outras estruturas levaram-se a desabar.
ㅤㅤ A sensação da maldade. Parecia ser tão boa, tão desejável para mim que eu não hesitei em prosseguir. Mas um peso sobre o meu ombro me fez parar. Eu me virei e vislumbrei uma mão, masculina, com um anel dourado e reluzente perante a luz do sol.
Não podia acreditar. Ele veio.


Fim do Prólogo

1 comentários:

Fernanda Ribeiro

AAAAAAAAAAAAAAAAH oq ela tem??? ç.ç preciso saber NECESSITOO! muito bom amor!

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